quarta-feira, 1 de julho de 2009

P-PROBLEMAS E P-PERSPECTIVASDE UM P-PROTESTANTISMO P-PAU-BRASIL


 

É preciso pensar o protestantismo pau-brasil! Protestantismo do país pentacampeão, penta secular, pós-pentecostal, perigosamente problemático, praticamente pós-moderno! Para pensar, em prolegômenos, o protestantismo principiante do principal país português, precisamos proferir palavras propriamente planejadas, previamente preparadas, pesquisando os períodos do protestantismo pau-brasil: partindo-se do pioneiro e principiante, e prosseguindo até o presente e pós-moderno. Possivelmente poderemos prosseguir pincelando o painel polimorfo protestante! Podemos prosseguir? Perfeitamente!

O primeiro protestantismo é o principiante, o primogênito. Primaveril! Parece-me plácido, progressista, platônico e promissor. Produziu profusamente pastores, presbíteros, pregadores e professores. Padeceu perigosamente pelo poder dos padres, pois era protestantismo de persuasão! Porém, prosseguiu, proclamando a Palavra. Para os pesquisadores, pendia para a perspectiva pró-saxônica. Por isso, pasmem! Perdeu a possibilidade de preconizar uma perspectiva protestante pau-brasil. Praticou a perigosa polarização, protelando um protestantismo palpavelmente pentacampeão, um protestantismo perfeitamente pau-brasil. Podemos permanecer perplexos!

Pouco passou para o protestantismo preguiçoso projetar-se. Perfeito protetor do passado, o protestantismo preguiçoso priorizou a preservação do pretérito! Progressista e paleozóico, pôs em prisão a profecia! Pôs-se a prosseguir paulatinamente pelo pavimento pachorrento da postergação. "Podemos praticar posteriormente", pensavam. Para que pressa? Pianissimamente, premiou os prelúdios e os poslúdios. Preconizou as prerrogativas de uma prepotência possivelmente putrefata! Pouco pôde prevalecer, pois permitiu a pluralização parcimoniosa do protestantismo principiante! Era pouco popular, porém pertencia ao "pequeno povo". Ponderado, premeditado, predeterminado, parou! Praticamente parou! Parou por que? Petrificou! Petrificou para propalar o paternalismo, preservando o personalismo profundamente presente no povo paubrasil.

Pareceu-me parcialmente paranóico, permeado pelo pavor: pavor de prosseguir, pavor de permutar, pavor de prejudicar o passado! Puxa!

O protestantismo posterior é o protestantismo pró-pentecostes! Pôs os preteristas em polvorosa! Passou a possuir o perfil de protestantismo propagador! Pareceu prejudicar os plácidos e praticar a preteritoclastia! Passou a pender para uma perspectiva possivelmente paubrasil. Porém, perseguiu o prazer e profetizou a proibição! Prosseguiu proclamando um protestantismo de Parusia. Passou a pregar pomposamente! Porém, passou a possuir a preferência dos pobres. Pôde pregar e profetizar propriamente para os pobres, os paupérrimos, os piores pervertidos e os pretos preteridos pelos poderosos perversos. Precipitadamente, preferiu o profeta e preteriu perigosamente o professor! Possivelmente por isso, passou a pulverizar. Pulverizou em partículas pequeninas, precipitando-se num perfil pavorosamente perturbador! Pôs-se a projetar pontífices próprios. Passou a prognosticar, promover prodígios, perseguir principados e potestades. Proporcionou e potencializou plenamente o perfil polimorfo do protestantismo presente.

Paralelamente, projetou-se o protestantismo possivelmente pró-proletariado. Propulsionado por perspectivas políticas, pendeu para um posicionamento predominante em parte do planeta que preconizava a polarização "proletariado-poderosos". Posicionamente que pulula! Pareceu-me prioritariamente político. Passou a preterir o púlpito, e permutou-o pelo palanque. O pastor-pregador preferiu passar-se por político-prometedor. Perderam-se os papéis! Passaram a praticar a parcialidade, pixando os pecados perversos dos povos poderosos, pisoteando os principais da pirâmide do poder. Porém, politicamente predeterminados, passaram a prender a Palavra para poupar os perversos que possivelmente protegiam o proletariado e praticavam os próprios pecados dos poderosos. Pode? Perdidos, passaram a piscar passionalmente para o pensamento pós-cristão, para os profetas das psicologias prevenidas para com a Palavra e para uma pulverização pós-moderna e perdida do próprio pensamento. Perderam a perspectiva! Preteriram o porto da partida. Procuram o porto promissor, possivelmente perdidos em perspectivas e prazeres passageiros. Papelão! Que Papelão!

Prometendo progredir, pretendo pensar no perfil do protestantismo posterior, o protestantismo pós-pentecostal. Plenamente pós-moderno, é prenhe de problemas perigosíssimos. É perfeitamente paliativo. Passou a proporcionar aos pobres a perspectiva dos poderosos: a prata pode preencher e é prioridade. É o protestantismo do poder, da prosperidade e da psicose. O pastor-profeta passou a possuir o perfil papagueador-promotor. Passa-se por psicólogo, e péssimo psicólogo! Pulverizados na perscrutação da Palavra, porém perversamente projetados pela pragmática da prata, preferem preterir e pisar as palavras dos principais pensadores do próprio protestantismo. Os pós-pentecostais prescrevem práticas parvas e pueris! Proclamam perspectivas perdidas, pisoteando a precisão do pensar! Preconizam pensamentos paliativos! Parecem predeterminados a promover o perecimento pleno dos próprios pobres. Para os pesquisadores, é pretenso protestantismo! Prostituiu-se! Perdeu-se em promiscuidade! Pobre protestantismo! Pobre protestantismo! É preciso praticar o pranto!

Paremos com o pessimismo, pois o protestantismo é promissor, pujante e prevalecente. Precisamos pensar e praticar passionalmente o protestantismo parelhado com a Palavra. Para podermos prevalecer, precisamos ponderar e prosseguir. A primeira ponderação é a prioridade da Palavra. Pressuposto primordial! Precisamos pesquisar, perquirir e pescrutar a Palavra. Propulsionados pelo perscrutar persistente da Palavra do Pai poderemos perfeitamente prosseguir. Os preceitos da Palavra perfazem o próximo passo. Precisamos praticar os preceitos do Príncipe da Paz. Palavra e Prática prosseguem em par! Por fim, penso que precisamos priorizar a prece. Perscrutar e praticar a palavra prepara o profeta, o pregador, o pastor a proferir palavras para o Pai Perene. Praticar a prece profetiza o prevalecer perpétuo pelo poder do Pai.

Palavra, Preceito e Prece. Perfil perpétuo para o povo do Pai Perene e do Príncipe da Paz.

Para sempre permanece a Palavra … (Psalmus 119.89)


 

Luiz Sayão

Pastor e Professor

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A primeira multiplicação dos pães e suas verdades para nós hoje.

“Daí vós mesmos de comer”.


A narração da primeira multiplicação dos pães feita pelos evangelistas nos traz uma forte mensagem de trabalho na obra, dependência e provisão de Deus, partilha e fé.
Jesus havia enviado os doze para pregar o reino de Deus, curar os enfermos e expelir demônios (Mc 6.7-13; Lc 9.1-6).
Ao retornarem para Nazaré (Mc 6.1) apresentaram para o Mestre o relatório do que tinham feito e ensinado (Mc 6.30; Lc 9.10). Estavam cansados, pois muitos não haviam tido tempo nem de se alimentar, então Jesus decidiu de barco ir para a outra banda do mar da Galiléia, levando-os a um lugar retirado em Betsaida para descansar (Mc 6.31; Lc 9.10; Jo 6.1).
Chegando ao local escolhido para o retiro já havia uma multidão à sua espera (Mc 6.33; Lc 9.11). Vendo Jesus a multidão teve compaixão deles, pois eram como ovelhas sem pastor, então lhes ensinava e curava (Mc 6.34; Lc 9.11).
A hora já estava avançada, então os discípulos começaram a ter o seguinte diálogo com Jesus:
- Mestre, despede a multidão para que procurem abrigo e alimento (Mc 6.35-36; Lc 9.12).
Porém Jesus faz uma contraproposta no mínimo angustiante para os discípulos cansados:
- “Isto não é necessário, daí vós mesmos de comer a eles” (Mc 6.37; Lc 9.14)
Felipe então começou a argumentar com Cristo:
- Mestre, nós não temos muita coisa, a não ser se nós mesmos formos comprar, e ainda sim não daria. Temos somente duzentos denários, dá para comprar em torno de 1.600 quilos de pão, mas o que é isto para 5 mil homens? (Mc 6.37; Lc 9.13; Jo 6.7)
Ao que Jesus replica:
- O que vocês têm aí? (Mc 6.38)
Ao que respondem:
- Temos aqui um rapaz com cinco pães e dois peixinhos, mas que é isto para tantos? (Mc 6.38; Jo 6.9)
Jesus ordenou então que todos se assentassem sobre a relva verde em grupos de cem e de cinqüenta. Tomou os pães e peixes, olhou para o céu, deu graças, e repartiu-os e deu-os aos discípulos para que distribuíssem a multidão, e todos comeram fartamente. Mandou aos discípulos que recolhessem as sobras que ainda totalizaram doze cestos (Mc 6.39-43; Lc 9. 14-17; Jo 6.10-13).

Nesta narrativa vemos que nós discípulos de Cristo que formamos a Igreja temos a missão de continuar a missão de Cristo. E esta missão é INTEGRAL, pois Cristo não só ensinava, mas também curava. Sua motivação para isso não era o prazer de estar num púlpito e ser ovacionado por grandes multidões, pois grandes ensinos proferidos pelo Mestre foram dados em diálogos com um ouvinte apenas (Nicodemos e a mulher samaritana). Também não era sua motivação mostrar Seu poder em showzinhos e ser aplaudido. Jesus cuidava do povo porque tinha compaixão dele (Mt 9.36).
Temos algumas aplicações que podemos extrair dessa narrativa:

1 – A missão da Igreja pode ser resumida em dar continuidade à missão integral de Cristo: Salvar o ser humano em sua integralidade, isto pregando o reino de Deus, curando os enfermos, expelindo demônios, multiplicando e dividindo pães...;
2 – Algumas vezes, e não poucas, em nossa vida cristã de serviço os nossos planos de fazer um retiro, de dar uma relaxada para descansar de uma jornada difícil e recobrar as forças acabam ficando para depois. Não podemos deixar quem nos pede ajuda, auxílio, socorro para depois;
3 – O serviço cristão não é feito apenas de kerigma, isto é, proclamação da palavra, mas também de diakonia, serviço ao próximo; aqueles que buscam palavra de Deus para suas almas, também buscam cuidado de Deus para todas as áreas de suas vidas;
4 – Quando precisamos tomar uma decisão, devemos arrazoar qual decisão tomaria;
5 – Jesus quer que realmente nos preocupemos com as pessoas, por isso disse: daí vós mesmos de comer;
6 – Os discípulos tinham uma provisão de 200 denários que davam para comprar mais de uma tonelada de pão, o que ainda seria pouco para a multidão, pois somente os homens eram cinco mil. No entanto Jesus lhes ensina a não confiar somente nas suas posses e forças. Com uma quantidade muito menor, cinco pães e dois peixes, mostrou que gratidão a Deus pelo que se tem, que não devemos desprezar a outrem porque parece ter pouco a nos oferecer em momentos difíceis, e que quando dividimos o temos Deus multiplica de maneira que não nos falte; e cabe à igreja também cuidar do social e do bem estar daqueles que a ela se achegam.
Que a nossa motivação em tudo que fazemos a Deus e ao próximo seja o AMOR (1ª aos Coríntios 13). Amém